A eficácia da atividade física em comparação com a psicoterapia e medicação no tratamento da depressão é um tema debatido. Um estudo recente realizou uma extensa revisão de literatura para analisar o impacto da atividade física nesse contexto. Os resultados revelaram um efeito significativo da atividade física, com uma eficácia estimada cerca de 50% maior do que os tratamentos convencionais.

No entanto, surge um desafio metodológico ao comparar a atividade física com outros tratamentos, como a medicação. Enquanto os estudos sobre medicamentos podem ser controlados por placebo, essa abordagem é impraticável para a atividade física. Portanto, há incerteza sobre o verdadeiro efeito da atividade física, devido à impossibilidade de controlar fatores confundidores, como interações sociais ou participação em grupos.

Pesquisas recentes também sugerem que os benefícios da atividade física podem ser influenciados por fatores externos, como a participação em grupos com interesses comuns, em vez do tipo ou quantidade de exercício realizado. Apesar dessas complexidades metodológicas, é inegável que a atividade física tem impacto positivo no funcionamento cerebral, incluindo cognição, aprendizado, memória e neuroplasticidade.

Estudos observacionais demonstram uma correlação entre níveis mais altos de atividade física e menor incidência de depressão, sugerindo seu potencial como estratégia preventiva. Em termos de prescrição, especialmente em casos moderados a graves de depressão, uma abordagem gradual de ativação comportamental, que inclui atividades prazerosas e de autocuidado, pode ser inicialmente preferível.

À medida que a pessoa se sente melhor e mais capaz, a atividade física deve ser incentivada como parte do tratamento e como medida preventiva contra recaídas. Em resumo, embora haja desafios na avaliação da eficácia da atividade física em relação a outros tratamentos para a depressão, sua importância como parte integrante do tratamento e prevenção dessa condição é cada vez mais reconhecida.